A grave situação dos incêndios no Brasil motivou o Poder Público e a população a agir para tentar mitigar os danos deste cenário crítico durante o fim de semana. Entre sábado e domingo, foram mais de 6,2 mil focos de incêndio registrados no país, segundo dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Neste domingo (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou o Parque Nacional de Brasília, onde foi registrado um “grande” incêndio, segundo o Corpo de Bombeiros Militar. Sete caminhões e uma aeronave foram mobilizados para conter o fogo. As chamas teriam começado entre a Granja do Torto e o Parque Água Mineral.
No Instagram, Lula afirmou que o governo federal está trabalhando em conjunto com o governo do Distrito Federal para conter as chamas. “A Polícia Federal tem hoje 52 inquéritos abertos contra os responsáveis por esses crimes (ambientais) contra o nosso país”, escreveu o presidente.
O chefe do Executivo disse ainda que se reunirá hoje com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e com o núcleo governamental para discutir novas ações contra a emergência climática.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, por sua vez, autorizou, também neste domingo, a União a emitir créditos extraordinários —fora dos limites da meta fiscal— para combate a incêndios florestais. Com isso, o governo poderá enviar ao Congresso Nacional uma medida provisória com o valor do crédito a ser destinado. A destinação dos recursos excepcionais é semelhante ao que ocorreu durante a pandemia da Covid-19, quando o Congresso aprovou um orçamento especial para ações contra o coronavírus.
A decisão do Judiciário também flexibiliza a regra de manutenção e contratação de brigadistas temporários. Até o final do ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) não precisarão esperar três meses para recontratar brigadistas com contratos vencidos.
Em São Paulo (SP), uma manifestação contra os incêndios tomou a Avenida Paulista na tarde de ontem. A população pediu a edição de um decreto de emergência climática e medidas para conter a situação no país e, principalmente, no estado de São Paulo. Pelo menos 258 incêndios foram registrados no fim de semana em SP, segundo dados do Inpe. Ontem, cerca de onze municípios paulistas registraram incêndios, segundo a Defesa Civil do Estado. Apenas cinco deles foram controlados, com auxílio do Corpo de Bombeiros e quinze aeronaves.
Focos
Os estados com mais registros de incêndios nas últimas 48 horas, segundo o Inpe, foram Pará (1.765), Mato Grosso (1.150) e Tocantins (637). O combate aos incêndios foi reforçado ontem pelas Forças Armadas no Tocantins. O principal foco de combate é a Ilha do Bananal, que já teve 250 mil hectares consumidos pelas chamas este ano. A preocupação no local é a Mata do Mamão, onde vivem três etnias de indígenas isolados. Os militares também trabalham para conter o incêndio em Palmas e na Região Metropolitana.
No Pará, o Grupo Aéreo de Segurança Pública (Graesp) também realiza missões de combate a incêndios em terras indígenas. Desde a última quinta-feira, foram feitas 250 liberações de água para apagar incêndios em aldeias da região de Marabá, sudeste do Pará. As equipes também atuam em São Félix do Xingu, cidade que registrou o maior número de incêndios no país neste ano —quase 6 mil focos. Aeronaves também monitoram a ocorrência de ações criminosas ambientais.
A MetSul Meteorologia prevê que a segunda quinzena de setembro terá temperaturas altas, mas com chuvas começando a dar uma trégua à seca. Algumas regiões do Centro-Oeste e Sudeste começam a registrar chuvas neste mês.
“Deve chover na segunda quinzena do mês em vários pontos de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, parte de Minas Gerais e Espírito Santo, mas as precipitações em muitas áreas devem ser mal distribuídas e com baixa volumes”, diz a previsão. Na Região Sul também deve chover na segunda quinzena, mas nada próximo dos extremos ocorridos entre maio e junho, durante as enchentes no Rio Grande do Sul.
Quanto às temperaturas, a segunda quinzena de setembro, no Centro-Sul do país, ainda deverá registar temperaturas elevadas, porém, inferiores às das últimas duas semanas, em que os termómetros atingiram os 45ºC. Segundo a MetSul, as temperaturas máximas devem ficar em torno de 40ºC no Centro-Oeste e Sudeste.
“Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e interior de São Paulo continuarão com o padrão de temperaturas muito altas e bem acima da média do período, com grande número de tardes apresentando máximas próximas ou acima de 40ºC”, alerta o meteorologista . Se o calor persistir de forma intensa, a meteorologia estima que este mês de setembro poderá se tornar o mais quente da história do país.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com