O Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul abriu reportagem para apurar a afirmação de um padre que relacionou a tragédia climática vivida pelo Rio Grande do Sul à “falta de fé, bruxaria e satanismo”. A denúncia foi feita pelo deputado federal Leonel Guterres Radde (PT-RS), que apontou a intolerância religiosa na fala do religioso. O MPF investigará a suspeita de “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem nacional”.
Veja o discurso:
“São pessoas que não são apenas frágeis e precisam de água e comida. Isto é sem dúvida muito importante, mas agora eles também precisam de força espiritual, porque perderam o pouco que tinham. A laicidade chegou ao Rio Grande do Sul, o estado mais ateu da federação. Há mais centros de macumba na cidade de Porto Alegre do que em todo o estado da Bahia”, acrescentou o padre.
Após a efetiva notificação, inicia-se o prazo de 30 dias, prorrogáveis por até 90 dias, para que o MPF possa coletar informações preliminares e então decidir sobre a instauração de eventuais procedimentos.
O deputado Leonel afirmou que o padre propagou discursos de ódio durante a missa. “Se não bastasse todo o esforço e dedicação que estamos colocando para resgatar vidas e reconstruir o Rio Grande do Sul, ainda temos que gastar tempo e energia negando notícias falsas e combatendo pessoas intolerantes que espalham mentiras e ódio em meio aos maiores tragédia que o nosso estado já tenha sido afetado”, disse o parlamentar.
Ó Correspondência tentou contato com a paróquia de São Vicente de Paulo para pedir posicionamento, mas até a publicação desta matéria o jornal não obteve resposta. O espaço permanece aberto para possíveis manifestações.
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