As enchentes no Rio Grande do Sul já somaram cerca de R$ 1,7 bilhão em indenizações para quem contratou algum tipo de seguro. O número, porém, é preliminar e foi estimado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), que acredita que este será o maior prejuízo enfrentado pelas empresas do setor no país. A pesquisa, realizada com 140 associados, entre 28 de abril e 22 de maio, mostra que a população atingida registrou quase 23,5 mil notificações de perda de algum bem.
Segundo a CNseg, o maior impacto, por enquanto, vem das políticas relacionadas aos veículos. Até o momento foram ajuizadas 8.216 ações, que somam um custo estimado de R$ 557 milhões. O maior número de ocorrências notificadas, porém, diz respeito a seguros residenciais e habitacionais: com 11.396 ocorrências, um gasto calculado em R$ 239,2 milhões.
Segundo o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, a maior parte dos pedidos de indenização ainda não foi comunicada pelos clientes às seguradoras, o que aumentará substancialmente o valor pago em indenização. “Os clientes residenciais, automóveis, agrícolas ou empresariais continuam a contabilizar prejuízos e não contactaram as suas seguradoras”, afirmou.
Dyogo mencionou o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 2019, que aconteceu em uma região “pouco povoada”. “Mas desta vez afetou uma área povoada, grandes cidades. Com certeza o valor final será muito maior. Sem dúvida, esta é a maior compensação por um único evento que o setor já enfrentou no país”, avaliou.
A CNseg estima que o impacto no agronegócio seja menor do que as secas que a Região Sul tem enfrentado nos últimos anos. Por enquanto, são 993 autos de acidentes, com impacto estimado em R$ 47 milhões. Em seguida vem o seguro de grandes riscos, com 386 notificações, atingindo cerca de R$ 5,10 milhões em indenizações.
A categoria corporativa inclui projetos de infraestrutura. Uma estrada concedida à iniciativa privada, ou um complexo industrial ou uma grande unidade fabril, por exemplo, se enquadra nesta modalidade, pois o valor do seguro ultrapassa R$ 15 milhões. Valores abaixo deste nível são classificados como empresariais. Outros seguros, como negócios, transportes, riscos diversos e riscos de engenharia, registraram 2.450 sinistros, totalizando pouco mais de R$ 322 milhões em indenizações.
O mercado segurador apresentou ao Congresso um projeto de lei para criar uma modalidade de seguro social para atender a população afetada por desastres naturais. O texto prevê a cobertura de bens e assistência funerária decorrentes de eventos naturais relacionados a catástrofes como chuvas, enchentes e deslizamentos de terra, sendo essas ocorrências reconhecidas como calamidades públicas pela autoridade competente do local atingido.
A proposta da CNseg visa atingir todas as classes sociais do país. A estimativa é que o custo do produto fique entre R$ 2 e R$ 5 por mês. A intenção é que o valor seja descontado diretamente da conta de luz. A indenização prevista seria de R$ 15 mil a R$ 20 mil por residência afetada e repassada automaticamente por meio de Pix ao segurado.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
globo notícias de hoje
entretenimento
www uol
logo whatsapp
global vip