O final de abril foi marcado pela grande quantidade de chuvas que atingiu o estado do Rio Grande do Sul. A força da água devastou bairros inteiros e deixou rastros de destruição por onde passou. A maior tragédia já ocorrida no estado completa um mês nesta quarta-feira (29/5) e ainda tem impactos diretos na vida dos atingidos.
Segundo a MetSul, a capital, Porto Alegre, atingiu, nesta segunda-feira (27), a marca de 513,6 mm de chuva no período, a primeira vez na história climática da cidade. Maio bateu todos os recordes e se tornou o mês mais chuvoso de toda a série histórica da cidade.
A título de comparação, a média histórica de chuvas do mês de maio na capital gaúcha de 1991 a 2020 é de 112,8 mm, ou seja, em 27 dias de maio a média mensal de chuvas superou em 455% a média histórica.
Cronologia da tragédia
Os eventos climáticos de alta intensidade começaram no dia 24 de abril, porém, o primeiro alerta veio no dia 29, pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu alerta vermelho para grande volume de chuva. Dois dias depois, 1º de maio, o governador do RS, Eduardo Leite, declarou estado de calamidade pública em todo o estado.
No dia 2, as águas do Guaíba, que banha tanto a capital do estado, Eldorado do Sul, Barra do Ribeiro e Viamão, transbordaram e invadiram o centro histórico de Porto Alegre. O nível do lago superou a média histórica de 4,75 metros, registrada na enchente de 1941, em 3 de maio, em 4,77 m. Guaíba atingiu 5,33 m na segunda-feira, 6 de maio.
Efeitos do dano
Várias famílias perderam tudo o que tinham em consequência das cheias. A força da chuva obrigou milhares de gaúchos a deixar tudo para trás. Bairros de todo o estado foram evacuados e, no auge da tragédia, só podiam ser acessados por barco.
Balanço atualizado
Segundo a última atualização da Defesa Civil do RS, 469 municípios foram afetados, o que impactou 2.345.400 pessoas que viviam nas regiões devastadas. O número de desabrigados ultrapassa 500 mil e mais de 48 mil pessoas ainda estão em abrigos.
Entre os feridos, a contagem chega a 806, e os desaparecidos totalizam 53. Os óbitos confirmados são 169, sem óbitos em investigação.
No total, até o momento, os resgates conseguiram salvar 77.712 pessoas e 12.521 animais.
*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro
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