Após 10 anos de sucesso, dupla britânica de música eletrônica Honne volta às origens, sai das gravadoras e lança álbum Aio quinto álbum de estúdio da dupla formada por Andy Clutterbuck e James Hatcher. Com um viés mais lúdico, o álbum é um passeio pela história do próprio Andy, tem caráter pessoal e é o primeiro feito de forma independente.
Honne começou a fazer sucesso após seu álbum de estreia Quente em uma noite fria lançado em 2016. Desde então, já acumulou mais de 3 bilhões de reproduções nas plataformas digitais, com mais de 6 milhões de ouvintes mensais apenas no Spotify. A dupla possui vários certificados de ouro e platina e já se apresentou em alguns dos principais palcos do mundo, como Coachella nos Estados Unidos e Glastonbury na Inglaterra são exemplos. Com Ai inauguram uma nova etapa na carreira já impulsionada pelas conquistas ao longo da carreira.
O álbum foi idealizado, escrito, gravado e produzido pelos dois artistas e, portanto, tem uma carga pessoal. “Estamos entusiasmados em lançar este álbum, porque é um dos álbuns mais pessoais de nossas vidas”, disse Andy Clutterbuck na entrevista da dupla ao Correspondência. “Sempre nos orgulhamos de escrever músicas que são verdadeiras, honestas e que refletem nossas vidas e as coisas pelas quais passamos. Mas isto é quase uma biografia ou um diário”, acrescenta.
Para Andy, é ainda mais importante divulgar o disco para o mundo. O músico passou por mudanças recentes, hoje é pai e reflete sobre toda a sua trajetória de vida em músicas como Garota da orquestra e Imaginário. O álbum vai desde a época em que ele fazia parte de uma orquestra na escola, até a aproximação com a garota por quem estava apaixonado, até quando conheceu sua esposa e até os últimos dois anos, quando se tornou pai.
O ponto chave, porém, é a paternidade e os desafios que o vocalista da dupla enfrentou. “O álbum conta os altos e baixos do meu processo. Quando você vira pai os altos são muito altos, mas os baixos são muito difíceis” reflete o integrante que garante que isso não faz do álbum uma música triste. “Pode parecer deprimente, mas é um disco muito animado e dançante”, promete.
Adeus às gravadoras e gravadoras
Independente em todos os sentidos, a dupla vive uma nova fase. Este é o primeiro álbum que eles fazem de forma independente desde que começaram na música. “Tivemos a oportunidade de ser quem somos novamente, voltar ao início e colocar toda a personalidade em tudo o que fazemos”, revela James Hatcher.
O projeto tem uma leveza que os artistas atribuem ao fim de uma “pressão invisível”, que também pode ser classificada como insegurança e necessidade de agradar a gravadora, ainda mais do que os fãs em determinados momentos. “Quando você tem uma grande gravadora em cima de você, existe essa pressão invisível de que, como artista, você começa a acreditar que não deve lançar nada muito pessoal, ou profundo, ou com muito significado. Porque a impressão é que o pessoal da gravadora ou gravadora vai preferir lançar algo mais direto ao ponto”, pontua Andy.
Leves e livres das inseguranças que o relacionamento gerava, os integrantes do Honne conseguiram entregar a obra com as próprias mãos. “Talvez seja por isso que tudo mais pessoal começou a sair agora, não há ninguém dizendo que não podemos lançar. Tudo é decisão nossa”, diz Andy. Ou seja, toda a dificuldade de fazer isso sem o apoio valeu a pena. “Estamos lá, nas trincheiras. Porém, tem sido muito gratificante”, destaca James.
No entanto, os dois não se arrependem de ter assinado com uma gravadora. Acreditam que o impulso que receberam durante todos estes anos foi importante para o seu desenvolvimento e a liberdade que tiveram, apesar da pressão, permitiu-lhes construir uma discografia que os agrada e reuniu fãs de todo o mundo. “De certa forma, sempre tivemos a nossa independência. A diferença é que algumas pessoas deram dicas”, diz James. “A sensação é que estamos fazendo a mesma coisa que fazíamos, mas com menos pressão”, acrescenta.
Brasil
Mesmo com 10 anos de carreira, os números e toda a trajetória que foi contada no Aia banda nunca desembarcou em solo brasileiro. A falta de vontade, porém, não é uma razão. “Nunca estivemos no Brasil, mas sempre discutimos o porquê. Porque a gente quer muito”, comenta James, que conhece os horizontes possíveis. “Nossa melhor chance é aparecer na programação de um festival e sempre pedimos à nossa equipe que encontre um caminho para irmos”, afirma.
Com toda a vontade e um novo disco saindo do forno, os dois garantem que haverá um esforço para finalmente conhecer os fãs do país. “É definitivamente o país que está no topo da lista de locais que queremos explorar. Ouvimos muitas coisas boas sobre o Brasil”, diz James.
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