Dados divulgados nesta segunda-feira pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram o crescimento do setor da construção. Segundo a entidade, de janeiro a maio, o setor gerou 159,2 mil novas vagas de emprego com carteira assinada, crescimento de 7% em relação ao mesmo período de 2023. Com isso, o setor atingiu, em maio, a marca de 2 ,9 milhões de pessoas ocupadas em todo o país, um aumento de 6,12% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Informações do mercado de trabalho contribuíram para elevar a projeção de crescimento do PIB da construção civil de 2,3% para 3%. Em março, a entidade já havia elevado a projeção de 1,3% para 2,3%.
Além do mercado de trabalho mais resiliente — com a geração, no conjunto da economia brasileira, de um milhão de novos empregos com carteira assinada até maio —, a CBIC aponta, entre os motivos da nova projeção, as novas estimativas para o crescimento da economia brasileira no ano. A entidade cita o boletim Focus do Banco Central, em que a expectativa passou de 1,85% ao final de março de 2024 para 2,15%.
Além disso, a instituição destaca “o aumento mais forte do financiamento imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e as expectativas mais positivas dos empresários da construção (verificadas na Pesquisa do Setor da Construção de julho, detalhada aqui) para novos lançamentos imobiliários, para maior geração de empregos e para compra de insumos”.
“Quanto maior for o mercado nacional, melhores serão as expectativas para a compra de casa nova, porque os trabalhadores precisam de estabilidade para financiar os seus imóveis. Da mesma forma, as boas perspectivas económicas e a previsibilidade das condições de investimento permitem ao empresário planear e assumir riscos”, definiu o presidente da CBIC, Renato Correia.
Trabalho
Ao fazer um balanço do setor no primeiro semestre, a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, comentou que a geração de empregos nos primeiros cinco meses é a maior dos últimos 12 anos. “Só de janeiro a maio de 2012 tivemos um número superior a esse”, destacou. Naquele ano, foram criados 215 mil novos empregos no mesmo período, superando a marca de 3 milhões de funcionários.
Os números também mostram que a criação de empregos está voltando ao mesmo ritmo da pandemia de Covid-19. “O número foi superior a 13% em 2021. Naquele ano, com esse forte crescimento, foram criados 158.986 novos empregos no setor de janeiro a maio. Agora, esse número ultrapassa 159 mil”, afirmou. “Se este desempenho positivo continuar este ano, poderemos atingir em breve a marca de 3 milhões de pessoas ocupadas no setor”, acrescentou.
Os dados mostram ainda que a construção de prédios foi responsável por 42,5% do total de vagas geradas de janeiro a maio, o que o presidente da CBIC, Renato Correa, atribuiu às mudanças feitas para aumentar o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). , desde o ano passado. Os serviços especializados responderam por 32,9% das vagas, enquanto o segmento de obras de infraestrutura contribuiu com 24,6%.
“Todos os três segmentos da construção civil continuam positivos para a geração de novos empregos, o que fortalece muito o mercado formal de trabalho no país. Atualmente, a construção civil responde por 6,2% do total de trabalhadores ocupados, e por 14,6% das novas vagas criadas neste ano”, disse Ieda Vasconcelos.
O economista da CBIC referiu ainda que 45% das novas vagas foram ocupadas por pessoas dos 18 aos 29 anos, um sinal de que a indústria da construção tem atraído jovens. “O setor funciona como uma entrada no mercado de trabalho”, disse ela.
O salário médio para ingresso na construção era de R$ 2.290 mensais, patamar acima da média nacional, que é de R$ 2.132. “É um sector que emprega rapidamente, com salários interessantes e com duração de médio a longo prazo devido ao andamento das obras”, destacou o presidente da CBIC.
Financiamento
Outro destaque citado pelo economista foi “o forte crescimento imobiliário com recursos do FGTS”. De janeiro a junho, foram 310,7 mil unidades financiadas pelo FGTS. O volume é superior aos contratos feitos por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financiou a construção de 247,7 mil unidades. “O interessante seria ambos crescerem no mesmo ritmo, o que, infelizmente, não aconteceu”, comentou o economista.
Do total de 310.729 unidades financiadas no 1º semestre, 68,07% eram imóveis novos (211.499) e 31,93% (99.230) eram imóveis usados, segundo a CBIC. “Esse é um ponto que comentamos ao longo do ano. O FGTS deveria ser aplicado principalmente em imóveis novos pela geração de empregos que promovem e pelo desembolso mais gradual que é feito durante a produção dos empreendimentos. como você tira recursos do FGTS e financia o imóvel usado, você tem um saque imediato, porque o imóvel já está pronto, e você tem uma geração de empregos menor, quase insignificante, que vai alimentar menos o FGTS do que um novo,. temos pedido que essa métrica seja revista, para que possamos gerar mais empregos e ter um FGTS mais sustentável”, lembrou Correia.
Selic
Segundo o diretor de incorporações da Sindona.inc, Marlon Vilasboas, esse crescimento se deve principalmente à questão do reajuste da taxa de juros. “Essa redução que tivemos na Selic permitiu que as pessoas consumissem mais. Somos um país onde relativamente 70% da nossa renda é classificada como classe média baixa. , para que eles possam ter acesso às coisas. Então, acredito que o primeiro impacto vem daí”, afirmou.
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