O deputado Cláudio Cajado (PP-BA), membro do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária, admitiu que a carne pode ser incluída na cesta básica no texto do regulamento. A proteína animal ficou de fora do relatório do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024 porque, segundo parlamentares e o Ministério da Fazenda, a retirada da cobrança desses produtos resultaria em aumento da taxa geral de Valor e Consumo Imposto (IVA). Porém, após a repercussão, os deputados estudam formas de conseguir a inclusão sem aumentar o percentual de imposto.
No texto do regulamento, os deputados estabeleceram, em relação à proteína animal, redução de 60% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS) e na Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), que compõem o IVA. Com a sua inclusão na cesta básica, a alíquota do imposto sobre a carne seria reduzida a zero. Portanto, segundo levantamento do Tesouro, a alíquota geral poderá subir 0,53%.
Porém, devido às novas regras, que devem reduzir substancialmente a evasão fiscal, os deputados avaliam que pode haver uma janela para a inclusão da carne na cesta básica. “Como incluímos os veículos elétricos no imposto seletivo e, quando a reforma for implementada, a evasão será praticamente zero, sabemos que teremos um ganho adicional de espaço que essas alterações [da carne], se vierem, o nível permanecerá em 26,5%. Há espaço”, afirmou Cajado.
Outra possibilidade de incluir a carne na cesta básica seria incluir as armas de fogo no imposto seletivo. A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) apresentou emenda para incluir armas e munições na lista de produtos sobre os quais incidirá o chamado imposto sobre o pecado. Outros deputados apoiaram a proposta, que será analisada pelo Plenário da Câmara na quarta-feira (7/10).
“Vai depender agora da decisão política do colegiado de dirigentes. O importante é que criamos esse espaço com o substitutivo que apresentamos e agora caberá à Câmara como um todo decidir o que fazer”, completou o deputado.
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), o maior grupo do Congresso, tem se movimentado para incluir a carne na alíquota zero. A frente argumenta que taxar as proteínas poderia aumentar a receita anual da Receita Federal em R$ 17,49 bilhões e excluir a população mais pobre do consumo de carne.
O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), destacou nesta terça-feira (9), durante reunião de diretoria do grupo, que o relatório apresentado pelo Grupo de Trabalho na Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (4), ainda precisa ajustes. Ele destacou que a bancada já apresentou mais de 20 alterações no texto preliminar do regulamento da Reforma Tributária. “Não concordamos com o que foi apresentado, principalmente no que diz respeito ao impacto das proteínas na cesta básica. Comprovamos agora que a inclusão de proteínas na cesta básica teria impacto inferior a 0,3 ponto percentual na alíquota”, afirmou Lupion. Acrescentou que o principal objetivo é manter uma reforma tributária neutra para os produtores rurais, sem impacto negativo na produção de alimentos.
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