Uma extensa rede de apoio hoteleiro foi formada em todo o Brasil devido às enchentes sem precedentes que ocorreram no Rio Grande do Sul. De norte a sul do país, formaram-se correntes de solidariedade entre gestores de redes e hotéis independentes, envolvendo também as suas equipas, visando angariar recursos financeiros e donativos para as vítimas. “É ótimo ver tantas empresas demonstrando solidariedade com nossos pares afetados por tamanha tragédia” destaca Flávia Araújo, presidente da ABIH-MG.
Pollyana Mendes, Gerente Geral do Hotel Radisson na Barra da Tijuca (RJ) mobilizou toda a equipe do hotel e até mesmo a vizinhança. “Nosso hotel foi ponto de arrecadação, recebemos mais de 30kg em doações de remédios, fraldas e itens de higiene pessoal. Arrecadamos e recebemos muitas doações do nosso bairro e também de funcionários do Radisson. Foi maravilhoso!”
Entre inúmeras outras redes, a San Diego Hotéis, sediada em Belo Horizonte, trabalha com empatia com o povo gaúcho. “Esta atitude ajuda a fortalecer os laços entre as comunidades e todo o setor hoteleiro” lembra Simonal Dias, Superintendente da Rede. Os hotéis San Diego BH Lourdes, BH Pampulha, Governador Valadares, Sete Lagoas e Ipatinga iluminam suas fachadas com as cores do Rio Grande do Sul além de serem pontos de coleta para doações de roupas de cama, mesa e banho, água mineral, fraldas descartáveis, itens de higiene pessoal, roupas, calçados e alimentos não perecíveis.
Solidariedade em meio à tragédia
Em Porto Alegre, centenas de quartos, em mais de 50 hotéis, são oferecidos a socorristas voluntários que chegam à cidade para ajudar no resgate de moradores de rua. Quem precisar de acolhimento deve entrar em contato com o Sindha (POA e Sindicato Regional de Hospedagem e Alimentação) pelo telefone (51) 3225-3300.
O segmento também oferece hospedagem em hotéis da Região Metropolitana da capital gaúcha, Serra e interior do Estado. Gabriela Schwan, CEO da Swan Hotéis, afirma que a hotelaria gaúcha iniciou imediatamente ações para mobilizar ajuda às vítimas. Os hotéis disponibilizam parte de seu estoque para receber policiais das Forças Armadas, Bombeiros, Defesa Civil e demais profissionais que estão na linha de frente dos resgates.
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“Entramos em contato com associações hoteleiras do estado e com a FOHB, que ajudaram a montar esse inventário. Muitos hotéis não podem ajudar porque estão lotados ou isolados. Empreendimentos de Porto Alegre, Canoas e Eldorado do Sul estão com água no chão, estão destruídos e perdendo alimentos”, lamenta o executivo. Gabriela ressalta que as estradas estão bloqueadas, com cidades sem acesso devido ao mar de lama que se formou. “Apenas barcos e caminhões do Exército conseguem passar. O aeroporto de Caxias do Sul está aberto onde chegam as doações e o aeroporto de Canela também é uma alternativa.”
Mesmo com a massificação dos esforços, o Rio Grande do Sul pede doações e mais ajuda do Governo Federal. No dia 3 de maio, Celso Sabino, ministro do Turismo, anunciou a liberação de um valor inicial de R$ 100 milhões para empreendedores do setor afetado pelas enchentes. O crédito será disponibilizado em caráter emergencial, por meio do FUNGETUR (Novo Fundo Geral do Turismo), programa voltado principalmente para micro, pequenas e médias empresas do país. Os recursos poderão beneficiar meios de hospedagem, agências de turismo, empresas de transporte turístico, organizadoras de eventos, parques temáticos, campings, restaurantes, lanchonetes, bares e similares cadastrados no Cadastur (Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos).
Cada um ajuda como pode
A Marriott Hotels também mobiliza seus gerentes gerais em todo o país para arrecadar doações para as vítimas do Rio Grande do Sul. A rede Laghetto Hotéis, com sede em Gramado, viu a crise abalar seus negócios antes mesmo de as águas caírem no rio Guaíba, em Porto Alegre. Isso porque grande parte de sua operação está na Serra Gaúcha, onde ocorreram os piores momentos dos temporais.
A empresa possui hotéis em Gramado, Canela, Bento Gonçalves, Rio Grande e Porto Alegre. Neste momento enfrentam duas situações distintas. A primeira é que há hóspedes que chegaram antes do início da crise e que agora estão retidos porque não conseguem voos de regresso aos seus destinos, uma vez que o principal aeroporto do Estado está fechado, e deverá permanecer assim pelo menos até 30 de maio. A segunda é uma onda de cancelamentos e tentativas de remarcar quem estava prestes a chegar. “Há uma grande campanha para que as pessoas remarquem as viagens e não cancelem”afirma Cristiane Mörs, Diretora de Vendas e Marketing da Laghetto.
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Mediante solicitação do cliente, a rede cancela reservas sem cobrança de multa, reembolsa valores pagos ou fornece carta de crédito. A rede hoteleira também se mobilizou para ajudar. A empresa liberou as salas para voluntários que estão ajudando nos resgates. A ação, porém, anda de lado porque alguns hotéis da rede, como uma das duas operações em Porto Alegre, ficam sem água e os cortes de energia ocorrem com frequência.
“Solidariedade: Uma palavra forte que expressa amor ao próximo – uma qualidade latente de pessoas generosas”
Maarten Van Sluys (Consultor Estratégico em Hotelaria – MVS Consultoria)
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