De repente, dentro da capela do velório do CUID, no Cemitério Belo Vale, em Santa Luzia, ecoam gritos. “É a mamãe, é a mamãe.” Os gritos misturados ao choro vieram da filha de Thaynara Braz Alves, 28, de 13 anos, que faleceu nesta quarta-feira (29/5), na Clínica HD Bellagio, na Pampulha, após passar por procedimentos de mamoplastia e abdominoplastia. , na última terça-feira (28/5).
“Ela (Thaynara) gritava, muito, que estava com dor. Vieram enfermeiras e deram analgésico. Mas em nenhum momento apareceu o médico ou algum auxiliar”, conta indignada Amélia Braz, tia de Thaynara. Ela acompanhou a sobrinha após os procedimentos cirúrgicos. “Passei o dia com ela, mas infelizmente não pude estar à noite, pois cuido da minha mãe idosa e minha sobrinha faleceu nas primeiras horas da manhã”, lembra.
Getúlio Braz Ferreira, pai de Thaynara, conta que não foi a primeira vez que sua filha passou por um procedimento cirúrgico estético. Foi a segunda vez. A primeira intervenção foi há oito anos, no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Nova Lima.
“Foi em outra situação. O médico a acompanhou o tempo todo. Era outro médico. Questionei minha filha sobre ter trocado de médico. Ela disse que estava segura e que tinha as mesmas garantias da cirurgia de oito anos atrás, como UTI e acompanhamento. Mas não aconteceu nada disso, foi uma clínica, sem a menor garantia, tanto que chamaram o SAMU para ajudar”, conta o pai.
Pai de Thaynara, Getúlio Ferreira, questionou por que sua filha mudou de médico
Jair Amaral
Em nota, a Clínica HD Bellagio lamentou a morte do paciente e informou que os procedimentos pré e pós-operatórios foram realizados de acordo com os protocolos médicos. “Tanto o médico responsável pela cirurgia como o hospital continuarão a cooperar plenamente com as autoridades competentes para esclarecer todas as circunstâncias”, afirmou a clínica, destacando que o registo médico é confidencial e que o exame pericial confirmará a causa da morte.
Viagens e cirurgia
Thaynara mora na Bélgica. Ela veio para Belo Horizonte só para fazer a cirurgia. Lá, ela trabalha como irmãzinha. Ela está no país europeu há 12 anos. Ele tem três filhas, de 13, 7 e 1 ano.
“Ela mora lá por opção”, diz o pai. “As duas primeiras filhas são do primeiro casamento, com um mineiro. A terceira, do segundo casamento, também com um brasileiro, que trabalha lá, na verdade ele não veio para cá, porque estava trabalhando”, diz Getúlio Ferreira .
Segundo Getúlio, morar na Bélgica foi uma escolha da filha. “Tem família lá também, primos, sobrinhos. Ela não está sozinha, além de ser casada.”
Thaynara tinha o hábito de visitar a família, em BH, a cada dois anos, lembra o pai, que chega às lágrimas quando ela conta isso.
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