Após cinco anos de ausência, o cavaquinista Henrique Cazes está de volta ao Clube do Choro para homenagear o compositor Waldir Azevedo com dois shows, amanhã e sábado. Um dos fundadores da casa, Azevedo, cujo centenário de nascimento foi comemorado em 2023, chegou a Brasília em 1971 e encontrou na capital um ambiente propício ao desenvolvimento do choro. Foi uma época complicada para o cavaquinista, pois, segundo Cazes, ele havia sido relegado à categoria antiquada da música brasileira. “Em Brasília, ele viveu uma espécie de renascimento artístico”, diz Cazes.
Para o show, preparou uma série de músicas que chama de “lado B”, produzidas por Azevedo, além de clássicos como pequeno brasileiro, carioquinha Isso é Pequenos pedaços do céu. “Essa homenagem vai ao encontro da ideia não só de recriar livremente esses sucessos, esses clássicos, mas também de revelar que, dentro dessa extensa discografia que ele deixou, há uma série de pérolas e coisas espetaculares, algumas que nem saíram no LP, apenas em 78 rotações”, alerta Cazes. “Essa peça, que chamo de Lado B da obra de Waldir, o lado desconhecido, será uma parte importante deste roteiro.”
Entre as obras menos conhecidas estão títulos como alvoroço, amigos do samba, Brincando com o cavaquinho Isso é Paulistinha, música composta para aproveitar o sucesso de títulos como Brasileirinho e Carioquinha, mas que ficou esquecida. Cazes gravou pelo menos três discos com a obra de Waldir Azevedo. O mais emblemático deles, Interpretando Waldir Azevedogravado há 34 anos, reúne 11 faixas e conta com Chiquinho do Acordeon, Paulo Moura e Rildo Hora.
Durante o show, o cavaquinista carioca também apresentará algumas composições do projeto Música Nova para Cavaquinho, livro dedicado aos estudos para o instrumento. No repertório há músicas que fazem parte da coleção Pixinguinha como sempre, uma coleção de 50 obras inéditas lançada no ano passado para comemorar os 50 anos da morte do compositor. O projeto foi produzido por Cazes, que também foi responsável pelos arranjos.
Além disso, o cavaquinista promete dar um pedaço de bolo com trechos de um novo projeto. Ao ouvir o álbum Relicário, lançado pelo Sesc em 2023, mas que recupera gravações ao vivo de João Gilberto de apresentações de 1998, Cazes começou a imaginar como seria o pai da bossa nova se tocasse cavaquinho e não violão. “Comecei a pensar nessa ideia maluca”, diz ele. “Estou começando a trabalhar um repertório que era recorrente nas interpretações de João Gilberto e a traduzir um pouco dessa forma de dividir a melodia, daquele swing, e adaptar para o cavaquinho. É uma experiência fascinante”, garante. No show de amanhã e sábado, ele tocará Abraço no Bonfá com arranjo pensado especialmente para cavaquinho.
Serviço
Homenagem a Waldir Azevedo
Amanhã e sábado, às 20h30, no Clube do Choro (Espaço Cultural do Choro – Setor de Divulgação Cultural – Eixo Monumental). Ingressos: R$ 50 (meia) e R$ 100, no site da Bilheteria Digital
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