Romeu Zema (Novo) receberá, em 2025, o maior salário do país entre governadores. Brigando com o serviço público no estado e tentando implementar uma proposta impopular de reajuste de funcionários na Assembleia Legislativa (ALMG), o estado de Minas Gerais conseguiu, no ano passado, aprovar na mesma Câmara um aumento de quase 300% no seu próprio salários e os de suas secretárias. Com a alíquota dividida em três anos, a partir de fevereiro próximo, a folha salarial do chefe do Executivo estadual ultrapassará a marca dos R$ 41 mil.
Em abril de 2023, a Assembleia Legislativa aprovou um Projeto de Lei que concedeu ao mais alto nível do Executivo um reajuste de 298% dividido em três parcelas. Nesse mesmo ano, o salário de Zema passou de R$ 10,5 mil para R$ 37,5 mil. Neste ano, o salário mensal do governador saltou para R$ 39,7 mil. A partir de fevereiro do ano que vem, o valor será de R$ 41,8 mil.
A aplicação da última parcela do reajuste garantirá a Zema o cargo de governador com o maior salário do Brasil, segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Servidores de Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado (Sinfazfisco-MG). A massa salarial mineira, na prática, só não será mais gorda que a da sua homóloga pernambucana, Raquel Lyra (PSDB). A tucana recebe mais de R$ 42 mil por mês, mas o valor está relacionado ao seu salário como procuradora do estado, cargo que ocupava antes da carreira política.
Com o salário atual, Zema já está no topo da lista. Além da própria Lyra, a mineira fica atrás apenas de Fábio Mitidieri (PSD), do Sergipe, que recebe R$ 1.650,92; e do Acre, Gladson Cameli (PP), que ganha R$ 40.137,69 por mês (veja lista completa no final da matéria).
Deputado Sargento Rodrigues (PL) durante tramitação do PL 2309/2024 na Assembleia: protesto leva em conta reajuste concedido ao governador
ALMG/Divulgação
Discrepância
O aumento de quase 300% concedido a Zema é um dos argumentos mais repetidos por parlamentares e servidores que se manifestam contra a proposta de reajuste de servidores enviada pelo Governo de Minas à Assembleia. O Projeto de Lei (PL) 2309/2024, em tramitação no Legislativo, determina aumento de salários em 3,62%. A taxa é inferior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano passado, determinado em 4,62%, e cerca de um terço do acumulado em 2022 e 2023, período em que não houve recuperação inflacionária nos salários dos funcionários públicos do estado.
O projeto começou a tramitar na Assembleia no dia 14 de maio e foi aprovado de uma forma desordenada pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), de Administração Pública (APU) e de Inspeção Financeira e Orçamental (FFO), até estar pronto para ir a plenário na primeira volta. A sessão começou na última quarta-feira (29/5), mas a votação ainda não teve resultado.
Isso porque os parlamentares contrários ao ajuste apresentado por Zema destacaram seis emendas para votação individual no plenário. Isso significa que seis textos adicionais ao texto principal do PL deverão ser apreciados separadamente pelos deputados. Entre elas, destaca-se a proposta que autoriza o Executivo a conceder aos empregados um reajuste de 10,67%, relativo à inflação acumulada dos últimos dois anos.
Os deputados se reuniram em plenário e aprovaram por unanimidade o texto principal do PL 2309/2024, mas uma manobra da base governista suspendeu a sessão prematuramente. Os parlamentares abandonaram a sala e provocaram a ausência de quórum mínimo para sua continuidade. Com isso, as emendas não foram consideradas e sua votação foi adiada para a semana seguinte.
O movimento deu mais tempo à oposição e à situação para negociar votos na tentativa de aprovar suas causas no plenário. Parlamentares contrários ao Executivo avaliaram a situação como uma declaração de derrota dos deputados aliados de Zema.
Veja os salários atuais do governador:
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Pernambuco – Raquel Lyra (PSDB) – R$ 42.145,88
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Sergipe – Fábio Mitidieri (PSD) – R$ 41.650,92
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Acre – Gladson Cameli (PP) – R$ 40.137,69
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Minas Gerais – Romeu Zema (Novo) – R$ 39.717,69
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Mato Grosso do Sul – Eduardo Riedel (PSDB) – R$ 35.462,27
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Rondônia – Marcos Rocha (União) – R$ 35.462,22
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Rio Grande do Sul – Eduardo Leite (PSDB) – R$ 35.462,22
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Bahia – Jerônimo Rodrigues (PT) – R$ 35.462,22
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Pará – Helder Barbalho (MDB) – R$ 35.363,55
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São Paulo – Tarcísio de Freitas (Republicanos) – R$ 34.572,89
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Roraima – Antonio Denarium (PP) – R$ 34.299,00
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Amazonas – Wilson Lima (União) – R$ 34.070,00
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Piauí – Rafael Fonteles (PT) – R$ 33.806,39
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Paraná – Ratinho Junior (PSD) – R$ 33.763,00
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Maranhão – Carlos Brandão (PSB) – R$ 33.006,39
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Amapá – Clécio Luis (Solidariedade) – R$ 33.000,00
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Paraíba – João Azevedo (PSB) – R$ 32.434,82
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Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB) – R$ 30.971,84
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Mato Grosso – Mauro Mendes (União) – R$ 30.862,79
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Distrito Federal (Brasília) – Ibaneis Rocha (MDB) – R$ 29.951,94
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Alagoas – Paulo Dantas (MDB) – R$ 29.365,63
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Goiás – Ronaldo Caiado (União) – R$ 29.234,38
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Tocantins – Wanderlei Barbosa (Republicanos) – R$ 28.070,00
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Santa Catarina – Jorginho Mello (PL) – R$ 25.322,25
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Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT) – R$ 21.914,76
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Rio de Janeiro – Cláudio Castro (PL) – R$ 21.868,14
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Ceará – Elmano de Freitas (PT) – R$ 20.629,59
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