O aumento é notável: os carros elétricos e híbridos estão cada vez mais tomando conta do mercado automotivo e das ruas, e isso não é novidade para ninguém. Segundo dados recentes divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), nos primeiros seis meses de 2024, os emplacamentos de carros eletrificados aumentaram 146% em relação ao mesmo período de 2023.
No total, só no 1.º semestre deste ano, foram vendidos 79.304 automóveis ligeiros eletrificados, que incluem: BEV 100% elétrico, PHEV híbrido elétrico plug-in, híbridos a gasolina ou flex híbridos HEV e MHEV, com baixo grau de eletrificação.
Embora o líder de vendas eletrificado seja um carro híbrido, dados da ABEV mostram que os carros 100% elétricos dominam a preferência dos compradores, com 39% ou 31.204 unidades vendidas. Na sequência, os híbridos plug-in, com 29,5% (23.296), os híbridos a gasolina 9,3% e os híbridos flex representam 14%, enquanto os micro-híbridos registram 8%. Em termos de marcas, esperava-se que os chineses se destacassem, sendo os três primeiros lugares a BYD e depois a GWM. Confira a lista abaixo:
Classificação | Modelo | Motor | Unidades vendidas |
1º | Canção BYD Plus | Híbrido | 10.038 |
2º | BYD Golfinho | Elétrico | 9.611 |
3º | BYD Golfinho Mini | Elétrico | 9.059 |
4º | GWM Haval H6 | Híbrido | 9.043 |
5 ª | Toyota Corolla Cruz | Híbrido | 6.091 |
6º | GWM Ora 03 | Elétrico | 3.687 |
7º | Toyota Corolla | Híbrido | 2.322 |
8º | Selo BYD | Elétrico | 2.196 |
9º | Caoa Chery Tiggo 7 | Híbrido | 1.765 |
10º | Caoa Chery Tiggo 8 | Híbrido | 1.672 |
Desafios futuros dos carros elétricos e híbridos no Brasil
O Programa Mover, sancionado pelo governo federal, tem como objetivo incentivar a venda de carros elétricos e híbridos para a transição para uma frota mais limpa e sustentável. No entanto, um desafio está à vista, pois a indústria automóvel nacional pediu a antecipação da alíquota de 35% sobre a importação de veículos, e grande parte dos importados têm sido veículos elétricos e híbridos. A pressão para que o governo reconsidere a antecipação desta taxa surge com o argumento de que o mercado nacional de automóveis eléctricos ainda está em desenvolvimento e necessita de incentivos contínuos para consolidar o seu crescimento, e que as suas importações, principalmente da China, estão a dificultar esse progresso.
A medida, se implementada antes do previsto em 2026, poderá colocar em risco os avanços alcançados, segundo Ricardo Bastos, presidente da ABVE, que manifesta preocupação com esta possibilidade. Ele alerta que, embora o crescimento das vendas de carros elétricos e híbridos seja uma notícia positiva para a eletromobilidade no Brasil, é fundamental que continuemos “conscientes dos perigos de retrocessos no caminho da descarbonização e da eficiência energética da matriz de transportes brasileira”. Segundo Bastos, a imposição de um imposto de importação elevado poderia desencorajar a compra de veículos elétricos e isso prejudicaria o progresso na substituição da frota tradicional por alternativas mais sustentáveis.
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